Comporte-se de 20 de Abril de 2010

Quanto mais longe do líder, melhor

A reportagem que escolhi trata-se de uma empresa chamada Artecola, que se tornou a lanterna de seu segmento por convicção e, paradoxalmente, nunca cresceu tanto.
Comandada pelo gaúcho Eduardo Kunst, a empresa que até seis anos atrás fabricava uma infinidade de variações de produtos para um único mercado: eram cerca de 2.000 tipos de cola e outros componentes para fabricantes de sapatos e atualmente a Artecola produz 5.000 itens, vendidos a setores que vão da construção civil à indústria automobilística. É o que acontece, por exemplo, com as botas industriais que levam em sua produção o mesmo material utilizado na blindagem de automóveis. A Artecola, uma das poucas fabricantes desse tipo de equipamento no mundo, vende apenas 3.000 pares/ano, a um valor de 500 reais cada. Isoladamente esse fato é pouco expressivo. Mas foi graças à criatividade para a multiplicação de milhares de produto de nicho, como as botas industriais, que as vendas da empresa cresceram 55% desde 2006, atingindo 280 milhões de reais no ano passado.
O objetivo da empresa é vender milhares de produtos e serviços especializados em pequenos lotes e ganhar muito com a soma de pequenas escalas, uma estratégia típica dos tempos de internet, onde “Os grandes sucessos são a exceção, não a regra”. Entretanto não foi sempre assim, logo quando ousaram, as vendas caíram 15%.
Essa tomada de decisão começou no fim da década de 90, na época que os produtos chineses no mercado brasileiro devastaram a indústria de calçados do interior gaúcho, até então a principal cliente da Artecola.
Para inova de vez, a Artecola ampliou seu centro de pesquisa e desenvolvimento, aumentando para seis unidades (cada uma especializada em um setor diferente) . Além de gerenciarem parcerias com fabricantes de plásticos e adesivos da Alemanha, França, Itália e da Suíça.
Comparando com a nossa aula da semana passada, podemos perceber que Eduardo Kunst seguiu o modelo de criatividade com os três componentes: A Perícia, quando ele optou a América Latina, em vez de se aventurar em mercados muito mais competitivos, como o europeu e o americano. Seu pensamento crítico, quando ele reagiu com a queda das vendas e a motivação pela tarefa, quando ele ficou envolvido e comprometido a atender diversos mercados. Gerando ao fim mais produtos com suas idéias, como a variedade de cola capaz de fixar cristais Swarovski em sandálias Havaianas e as casas com base de aço e paredes de plástico, que são mais flexíveis do que as tradicionais e têm grandes chances de emplacar em países exposto a terremotos. Segundo Kunst a Artecola já está negociando a venda de 3.000 unidades para a reconstrução de uma cidade chilena atingida por um intenso tremor de terra em março. O próximo objetivo da empresa é alcançar o faturamento de 750 milhões de reais até 2015.

Revista Exame – Edição 966 – Nº 7 – 21/04/2010 – Ano 44

POR: Pryscila Alves dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário